Condição de um sujeito, elemento ou coisa que tem a virtude
de amplificar e reproduzir qualquer fenômeno assim como de dar distintas
respostas a uma mesma solicitação ou pelo contrário, dar uma resposta adequada
a diferentes requerimentos.
Multiplicidade é geração, não repetição.¹
Rizomático:
Multiplicidade é geração, não repetição.¹
Rizomático:
Rizomático supõe que cada projeto é um ambiente
que se autocondiciona e que gera sua proposta a partir da urgência com a que
entra em contato. Por isso é ecológico. Procede associado de heterogeneidades
tanto do ambiente em geral como das culturas em que acontece. ¹
“Contra os sistemas centrados (e mesmo policentrados),
de comunicação hierárquica e ligações preestabelecidas, o rizoma é um sistema
a-centrado não hierárquico e não significante, sem General, sem memória
organizadora ou autômato central, unicamente definido por uma circulação de
estados"²
O
conceito “rizoma” se assemelha com o significado dado à botânica, de onde
Deleuze se inspirou. Onde diversas plantas que possuem caules subterrâneos com
função de órgão de reprodução assexuada e de reserva de alimento são chamados
de rizomas. Onde podem surgir novas plantas a partir do desenvolvimento de
novas folhas e raízes a partir dele. Formando um rede interligada, fazendo
parte do organismo, mas ao mesmo tempo é um organismo único e autônomo.
Sendo
assim, o conceito de rizoma proposto por Deleuze e Gattari, como uma
organização desordenada, descentralizada, com multiplicidade de entradas e
saídas. Porem ainda como um organismo unificado e agregado.
As multiplicidades são rizomáticas e são definidas pela
desterritorialização ou pelas linhas de fuga, abstrata, e ao se relacionarem às
outras alteram sua natureza.
“Oposto ao grafismo, ao desenho ou à fotografia,
oposto aos decalques, o rizoma se refere a um mapa que deve ser produzido,
construído, sempre desmontável, conectável, reversível, modificável, com
múltiplas entradas e saídas, com suas linhas de fuga”²
No livro Mil Platôs, Deleuze e Gattari definiram o conceito de rizoma em seis
princípios:
“1 e 2 – Princípios
de conexão e heterogeneidade:
Qualquer ponto de um rizoma pode ser conectado a
qualquer outro e deve sê-lo. [...]
Um método como o rizoma supõe que analisar a linguagem é
efetuar um descentramento sobre outras dimensões e outros registros para além
de qualquer sistema fechado em si mesmo.
3 – Princípio de multiplicidade:
As multiplicidades são rizomáticas e denunciam as
pseudomultiplicidades arborescentes. Uma multiplicidade não tem sujeito nem objeto
mas somente determinações, grandezas, dimensões que não podem crescer sem mudar de
natureza. Em um rizoma encontram-se somente linhas e não pontos ou posições como
numa estrutura, numa árvore numa raiz. Podemos definir o rizoma como um “plano de
consistência”, mas um plano que só se deixa definir pelas suas linhas de fuga, que por
sempre traçarem uma exterioridade, já definem a multiplicidade em sua transformação por conexões.
4 – Princípio de ruptura a-significante:
Um rizoma pode ser rompido, quebrado em um lugar qualquer, e
também retoma segundo uma ou outra de suas linhas e segundo outras linhas.
É como tentar exterminar formigas, rizomas animais: elas reconstróem-se,
segundo suas condições de ressurgimento.
Um rizoma compreende linhas de segmentaridade segundo as
quais ele se estratifica, territorializa, organiza, mas também compreende linhas de
desterritorialização pelas quais foge sem parar. Isso não quer dizer que a ruptura
necessariamente se liberte da dominação de um significante, da formação de um sujeito. Tudo depende das organizações que reestratificam o novo (ou velho) conjunto. É por isso que o
livro não é a imagem do mundo, ele faz rizoma com o mundo, territorializando-se e
desterritorializando-se mutuamente. De todo modo, é certo que os processos de desterritorialização
e reterritorialização são todos relativos uns aos outros.
5 e 6 – Princípios de cartografia e decalcomania:
Um rizoma não se justifica por um modelo estrutural ou
gerativo. Ele é estranho a qualquer idéia de eixo genético ou estrutura profunda, os
dois princípios do decalque. O rizoma é um mapa e não decalque. É uma experiência real a
ser construída, não uma idéia a ser reproduzida. Pode-se objetar que o mapa pode ser
decalcado, mas existe uma assimetria decisiva: é necessário projetar o decalque sobre o mapa e
não o contrário. Não é exato que um decalque reproduza um mapa. Por ser da ordem da
representação, o decalque precisa isolar o que lhe serve como modelo e artificialmente
organizar, estabilizar, neutralizar as multiplicidades segundo as
significâncias e subjetivações que já são suas. O perigo reside justamente aí: quando um decalque imobiliza um
rizoma, aí não mais passa o desejo, pois é sempre por rizoma que o desejo se
move e produz."
- Referências:
[1] ¹ GAUSA, Manuel; GUALLART, Vicente; MULLER, Willy; MORALES, José; PORRAS, Fernando; SORIANO, Frederico. Diccionario Metápolis de Arquitectura Avanzada - Ciudad y tecnologia en la sociedad de la información (traduzido). Editora Actar.
[2] ² DELEUZE, Gilles; GUATRRARI, Félix. Mil Platôs (Capitalismo e Esquizofrenia) Vol. 1.
Por Angélica Dornelas
Nenhum comentário:
Postar um comentário