segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A CIDADE


A CIDADE

O sol nasce e ilumina
As pedras evoluídas
Que cresceram com a força
De pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam
Vigiando as pessoas
Não importa se são ruins
Nem importa se são boas
E a cidade se apresenta
Centro das ambições
Para mendigos ou ricos
E outras armações
Coletivos, automóveis,
Motos e metrôs
Trabalhadores, patrões,
Policiais, camelôs
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
A cidade se encontra
Prostituída
Por aqueles que a usaram
Em busca de uma saída
Ilusora de pessoas
De outros lugares,
A cidade e sua fama
Vai além dos mares
E no meio da esperteza
Internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
Eu vou fazer uma embolada,
Um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado
Bom pra mim e bom pra tu
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus
Num dia de sol, recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior.



Foi cantando o Recife como o palco das desigualdades sociais que Chico Science, falecido  membro da banda Nação Zumbi definiu, à sua maneira, o que é a cidade. Como ele, porém de forma bem menos poética, alguns estudiosos de diferentes áreas se propuseram e ainda  se propõem a definir e estudar o que é a cidade e como se processa o fenômeno urbano.
Palavra derivada do latim  civitate, cuja raiz etimológica é a mesma presente nos  vocábulos civil, civilidade e civilização, a cidade pode ser definida, segundo verbete da  versão eletrônica do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2009) como um  “complexo demográfico formado, social e economicamente, por uma importante  concentração populacional não agrícola,  i.e, dedicada a atividades de caráter mercantil,  industrial, financeiro e cultural; urbe”.
A cidade é, portanto, no decorrer da história, caracterizada como o grande  agrupamento do mundo urbano, como a concentração de pessoas num determinado espaço  onde estas travam relações socioculturais, de comércio, de moradia, de enfrentamento  político-militar dentre outros. Neste sentido, um ponto importante deve ser observado: o fato  de que a cidade, enquanto resultado do fenômeno de urbanização, se formou de maneira  distinta para cada povo que habita as diferentes partes do globo. Ou seja, o fenômeno  urbano não se configura de maneira linear nas diversas partes do mundo no decorrer da  história, apresentando, assim, características próprias para cada local em que ainda se processa, visto não estar encerrado. 
Todavia, o espaço da cidade, por si só, não é um espaço uniforme, homogêneo, mas  também recortado por fragmentos que a compõe e decompõe, por “mini-cidades” presentes  em seu interior e que guardam suas próprias idiossincrasias. A esses territórios específicos,  a essa espécie de “cidades dentro de cidades” denominamos “bairro”. Portanto, o bairro  pode ser definido como um lugar específico dentro do todo urbano, ou seja, uma das  diversas partes pelas quais é composta uma cidade. De acordo com Souza (1989), a origem etimológica da palavra bairro provém do vocábulo árabe  barr  ou  bar, cujo significado corresponde a terra, campo ou campo imediato a uma população.

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