A
cidade contemporânea não pode seguir assimilando a um só lugar ideal – por
acabar o reconstruir- nem tão pouco a um único possível modelo formal – para
impor – mas deve ser contemplado como esse multi-espaço decomposto e mestiço,
dinâmico e definitivamente inacabado, feito de convivências e evoluções
interativas e ligadas.
Do
mesmo modo que nos referirmos a uma sociedade plural devemos fazer para uma
cidade múltipla: uma multicidade. A cidade já não é uma ilha, é um ventilador
de cidades e de “cidades dentro de cidades”. Esta á a essência da metápolis
contemporânea: ser um hiper-lugar, um “lugar de lugares”. A cidade
contemporânea, abordada desde uma atitude positiva pode converter em torce em
uma rica etapa multifacetada “um excitante caleidoscópio de oportunidades”.
Uma
oferta (um menu) de situações e experiências diversas em concordância com a
própria natureza múltipla e mutável de um cidadão contemporâneo.¹
“Lugares”
podem ser definidos em dois tipos: Lugares comuns e Lugares específicos.
Dentre aos quais podemos
ainda classificá-los em:
- Lugar de quantidade, onde
a sua função é quantitativa.
- Lugar do Existente, que dá
preferência ao que já existe.
- Lugar de pessoas, onde
primeiramente vem as pessoas, depois as coisas
- Lugar de qualidade, ao
contrário do Lugar de quantidade, este contesta a virtude dos número
-Lugar de Ordem, que é o
fundamento das competições.
“Olhando
a cidade real, é bem visível que vastos grupos não têm as condições de
“habitat”, instrução, mobilidade territorial e lazer criador que o seu ainda
inferior nível de desenvolvimento autorizaria. E 21que são “técnicos” que
diariamente decidem, para esses grupos, que com este ou aquele espaço ou
equipamento “já não ficam muito mal […] ”
“Tal
estudo das liberdades urbanas e seus “standards”, uma vez trabalhado
rigorosamente nas suas interações, teria uma utilização imediata num projeto
(…), para os quais a arquitetura arriscaria, riscando, um sistema de qualidade
e relações espaciais e temporais. Teríamos já então relações figurativas – que permitiriam a edificação e, após o seu
uso iniciado, a vida quotidiana invadindo-a, dando-lhe sentido, usando-a,
contestando-a, ter-se-iam condições laboratoriais para lançar uma segunda fase de pesquisa: o juízo
interdisciplinar sobre o uso e a transposição das suas conclusões para novos
programas de conteúdos.” ²
E
não podemos citar lugares sem nos referir às cidade e aos diferentes modos e
pontos de vista que a mesma pode ser descrita com a sua relação íntima aos
diversos tipos de lugares. Aldo Rossi em seu livro “La arquitectura de la
Ciudad”, afirma a arquitetura como ciência urbana. Propondo um olhar que analisasse
os meios de transformação que foram sofridos. Tratando de problemas de
descrição e focando os estudos nos tipos e outra hora nas questões de estrutura
e morfologia.”Ligando a cidade à vida do homem e à memória coletiva.”
Texto postado por: Izabela Hofman
Referências:
[1] ¹ GAUSA, Manuel;
GUALLART, Vicente; MULLER, Willy; MORALES, José; PORRAS, Fernando; SORIANO,
Frederico. Diccionario Metápolis de Arquitectura Avanzada - Ciudad y tecnologia
en la sociedad de la información (traduzido). Editora Actar.
[2] ² PORRAS, Nino. A cidade
como arquitectura
[3] ROSSI, Aldo. La
arquitectura de la Ciudad.
[4] FERNANDES, João Pedro
Capote. Cidades dentro de cidades. O Projecto Urbano na Revitalização da Cidade
Contemporânea.
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