segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Monstro

“O monstro é a mostração de uma vizinhança aberrante, de uma diferença que passa pelo gênero engolindo a das espécies” (Martin, apud Perret-Gentil, 2004, p. 77).


Para Jean-Clet Martin o mostro figurava a constituinte da multiplicidade e da unidade como um todo, o que resultava numa pequena mudança, porém transformadora.
Já para José Gil, o monstro mostra mais do que tudo o que é visto, pois mostra o irreal verdadeiro. Ultrapassando o teor apresentado, estando de certa forma além de sua causa e origem. Sendo ao mesmo tempo algo inteiramente opaco e transparente. E quando olhamos fixamente para ele, conseguimos ver sua anormalidade e sua aberração para ser vista, o que muitas vezes se encontra escondida.
Anômalo designa o que é desigual, rugoso, áspero, ou seja, uma ponta de desterritorialização. Enquanto o anormal só poderia se definir em função de características específi cas ou genéricas, o anômalo é algo como um indivíduo excepcional, uma posição ou um conjunto de posições em relação a uma multiplicidade.¹
“Cada multiplicidade é definida por uma borda funcionando como Anômalo; mas há uma enfiada de bordas (fi bra), de acordo com a qual a multiplicidade muda” (Deleuze e Guattari, 1980/1997, p. 33).

-Referência:
[1] ¹ DELEUZE, Gilles; GUATRRARI, Félix. Mil Platôs (Capitalismo e Esquizofrenia) Vol. 1. 
[2]  GIL, José. Metamorfoses do Corpo.
[3]  JUNIOR, Carlos Augusto Peixoto. Sobre corpos e monstros: Algumas reflexões contemporâneas a partir da diferença. 

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