Postado por Flávia Arruda
Na obra Arquiteto, a máscara e a face do Paulo Bicca, ele afirma que “o fato de o arquiteto ser o suporte de um trabalho intelectual dividido do trabalho manual faz da sua existência algo de profundamente social e inevitavelmente comprometido com as contradições daí resultantes. Enquanto agente da produção que pressupõe a divisão do trabalho entre o conceber e o construir como intrínseca a todo o processo produtivo da arquitetura do qual faz parte, ele tem sua existência determinada por aquilo que é básico às sociedades divididas em classes; ele participa inexoravelmente – de modo mais ou menos consciente, pouco importa – da reprodução de uma sociedade estribada na propriedade e posse privadas dos bens materiais e dos homens”[1].
Sabe-se que o sistema de divisão social existe em qualquer organização social, e é inerente a qualquer condição humana. Alguns arquitetos, na tentativa de melhorar essa situação, deixaram um importante legado, como o João Filgueiras Lima, com o sistema de produção racionalizado, possibilitando um trabalho com menos exploração, baseado na montagem de peças pré-fabricadas.
“Torna-se, pois, injusto dizer que o exercício da nossa profissão é irremediavelmente dependente da exploração da mão-de-obra alheia, ou que tenhamos uma participação fundamental e particular nas distorções sociais aí implícitas”[2].
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